quarta-feira, 27 de abril de 2011

- O Urso - Dia 27/04/2011



Ө: Marcelo - Natalia - Nayla - Ravi

µ:Anton Tchekhov
ϧ: Parquinho Infantil



"- O filme que vi não prestava.
- A culpa é sua, pois o que você fez para deixar o dialogo bom?"

Jean-Luc Godard

E com essa frase eu início o post/relatório de hoje e em seguida, uma pequena história.

Pois bem, entre meus treze e dezesseis anos passei por uma fase undergroud. Pra ser exato, vi meus amigos passarem, porque nunca fui fã de uma banda ou coisa do tipo, então, eu me juntava a tribo dos "darks" pra aprontar por ai altas peripécias. Eu não tinha o gosto musical parecido com o deles, mas curtíamos aprontar, então nos juntávamos as segundas, quartas e sextas para tal. Como todo grupo, tinha as meninas, das quais muitas me interessavam. Ate ai tudo bem, eu passava por todas as etapas do flerte, mas sempre uma me broxava: a maldita devoção que elas tinham a Kurt Cobain. Sempre, todas, de todos os jeitos. Ate que um dia enjoei e fui procurar outro grupo de garotas, mas meu ódio por esta figura permanece até os dias de hoje... Queime no inferno, Kurt!

Feito o desabafo, foi com essa idéia que comecei a pensar no processo do Urso. Na verdade, a proposta inicial era um pouco diferente. Depois de ter apresentado-a em sala, o professor, muito atenciosamente, me deu alguns toques e me fez algumas provocações que, quando cheguei em casa, parei para refletir, até chegar nos meus treze anos.

Decidi fazer algo que me agrada muito, que é recontar uma história, trazendo para os dias atuais, para isso, re-escrevi o texto quase que na integra, para manter as citações ao antigo. Não queria uma peça totalmente nova, queria, de fato, que vissem O Urso (no meu ponto de vista) de uma maneira mais atual.

La na proposta que eu apresentei em sala, eu disse que pensava em Smirnov como um gangster, tipo Poderoso Chefão, dai vi que para deixá-la mais contemporânea não poderia ir beber tão longe, então pensei em algo como Scarface ou Os Infiltrados (gostei tanto que ate usei a musica tema deste). Popova seria uma gótica, mas, como já disse, quando cheguei em casa e estudei melhor, me lembrei daquelas garotas alienadas e o Lucas, por mera questão de principio, o mantive como Tropeço-Lady Gaga (posso ter argumentado de maneira equivocada, mas era aquilo que foi apresentado que eu estava pensando).

O local também, foi uma das poucas coisas que me mantive fiel, desde a apresentação da proposta. Era um local que eu queria explorar, visto tantas coisas que me proporcionava (eu sei que poderia usar mais, mas foi o que eu pude fazer naquela hora). Quanto às luzes, eu realmente não queria que ficassem nas cenas principais, para chamar a atenção para outras coisas mesmo.

Não vou entrar no assunto de como foi com os atores para que não entre no que foi apresentado. Definitivamente, aquilo que foi apresentado era o que eu queria (tirando os erros) e só.Gostei da execução, era pra ser longo, gostei de como os atores lidaram com os tais erros e confesso que gostei da cena. Eu sei quais foram as falhas, porque assistimos a mesma coisa (pra quem assistiu).

Para finalizar, eu não coloquei aquela frase do Godard para reflexão. Eu mesmo discordo dela, mas ainda penso sobre. Realmente não entendo onde minhas referencias me atrapalham, pois era aquilo que eu queria fazer, mas também quero discutir mais sobre, afinal, é isso que eu gosto de fazer. A única coisa que me frustrei foi que o pôster do Kurt não queimou ate o fim.. Agora que venha o ultimo texto!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

OhRly?